terça-feira, 20 de dezembro de 2011

10.12.2011

Muitas mudanças.
Nós não existe mais. Nem ela.

O que existe? O vazio, a angústia. Porquê?
Quem sabe?
Ninguém.

Só eu sei o que eu sinto, nem ele sabe o que sente.

O saber, nada mais é que a eterna procura por algo que não quer ser encontrado.
Então, parei de procurar.
Fiquei burra.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Relato Tragicômico de uma experiência antropologica

Sexta Feira, 17 de setembro de 2010.

Imaginem 5 garotas: uma carioca que adora vivênciar experiências em lugares afastados de são paulo, uma paulistana que combina todas as cores da vestimenta, uma paulistana-santista-paulistana que viveu sua vida entre o arquidiocesano e o mackenzie, uma paulistana, que mora no belém, mas acha o pessoal de lá meio "bad", e por último, mas não menos importante: a carol. Carol nasceu em São Paulo, não sabe andar de metrô, e tem medo de cachorro.

Este é o cenário.

Este grupo vai para a Cidade Líder entrevistar a mãe da paulistana que mora no belém. Thelma, é o nome dela. Thelma é a diretora da escola Sebastião Fransisco, O negro.

A primeira parte da viagem dá-se de maneira pouco interessante: todas tentam ensinar a Carol a andar de metrô. Tentativa essa, quase impossível.
Na linha vermelha, começam os comentários paulistanos: nossa, aqui tem morros! ou: presta atenção na várzea...
Ao chegarem na estação arthur alvim, pegam um ônibus com trabalhadores cansados e grossos. As meninas paulistas, estudantes de psicologia, se impressionam com a agressividade das pessoas "daquela comunidade".

O trajeto que elas percorrem a pé é muito interessante: algumas com medo de serem assaltadas, outras tentando se parecerem com locais. Até que um cachorro minúsculo aparece na direção da Carol, latindo e ela grita: "Aí! Minha Nossa Senhora!"

Chegando na escola, as garotas se sentem deliberadamente impressionadas com a diferença de mundos. É como se aquela comunidade, dentro de São Paulo, não fizesse a mínima parte de suas vidas. E de fato, não faz.

Conforme a diretora vai dando informações sobre dois casos graves de crianças que surtam em sala de aula, ameaçam suas vidas e dos demais, a paulistana-santista-paulistana pensa o que pode fazer para ajudar esses casos. Ela não pensa que só são dois casos, e que os outros 365 casos são de crianças que tem seus pais, irmãos e a si mesmos trabalhando para o tráfico e consumindo drogas. Porque para esse problema, a intervenção não tem âmbito, nem esfera.

Conforme foram conhecendo a escola e seus alunos, foram sentindo um vazio e algo foi se completando. O medo, elas não tinham mais. Nem a piada.

A visita termina e elas não tem muito o que conversar no caminho de volta: as pessoas grossas parecem não importar, assim como os morros parecem pouco destoantes. A verdade é que hoje, elas tiveram uma experiência antropológica em sua própria cidade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A virada cultural e o estado de espírito

Semana que vem tem virada cultural.
Eu adoro a virada cultural.

Acredito que as pessoas transcendam durante a virada, todas, juntas, sem maiores problemas aquém do show que vão perder, ou que vão ver.
Poucas coisas podem ser mais gratificantes que o bem estar coletivo. Estão quase todos bem, curtindo do seu proprio jeito.

Tem shows em tudo quanto é lugar, e pra tudo quanto é gosto, desde ballet, até reggae, passando por chorinho, musica nordestina, rap, hip-hop, techno, musica clássica.
Vai da minha avó, ao meu primo de 15 anos, que gosta de NX0.
Cada um na sua, todos com a mesma sensação.

É por essas, e muitas outras, que a virada não é um monte de shows, e sim um estade de espírito!

programe-se: http://viradacultural.org/programacao e BOA VIRADA!

sábado, 1 de maio de 2010

O chocolate é a nova papinha

Ontem, eu estava passeando pelo Shopping santista, e me deparei com uma cena no mínimo triste: um bebê, de não mais que 8 meses, todo labuzado de chocolate. E o pior: a mãe estava tirando fotos daquele bebê que aparentemente estava odiando o gosto forte do chocolate.

Agora, eu me pergunto, porque aqueles pais estavam dando chocolate para uma criança que nem sabe pedir alguma coisa, muito menos sabe o que é um chocolate.

Uma coisa é apresentar um doce pra uma criança de dois anos, e deixar que ela decida se gosta ou não. Outra é intuxar um doce cheio de gorduras, que não faz bem pra ninguém, para uma criança que não sabe dicernir ainda o que gosta ou não.

Winnicot diz que os pais precisam permitir que a criança siga seu curso natural, sem imposições, ou adiantamentos.

Cada fase tem suas restrições, e nós, adultos, temos que compreender esse processo de evolução pelo qual também passamos á 20,30,40,50 anos atrás!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A cura dos incuráveis

Nós, psicólogos (ou estudantes), temos a estranha mania que querer que todo mundo tente se entender e se compreender ao máximo possível.

O problema é que normalmente só a gente está preocupado com esse processo, e a necessidade de fazer com que os outros passem por experienências que consideramos contrutivas, as vezes degastam nosso relacionamento com o mundo normal.
Porque com certeza não somos normais.

Uma amiga, muito ressentida com o namorado, veio me pedir conselhos. Eu, muito sorrateiramente, respondi que ela tinha um problema de estrutura.
O que importa pra ela a estrutura? Absolutamente nada.
(Tudo bem que ela faz psicologia, e eu ajudei-a a ver o problema, mas isso não necessariamente vem ao caso)

Tenho pensado muito sobre essa questão de aprender a conviver com as pessoas que simplesmente estão preocupadas com tudo menos com o processo de auto conhecimento, e a descoberta do próprio funcionamento psiquico.

E nós, amantes da psicanálise, podemos começar parando de exigir isso delas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dia municipal da Educação Inclusiva

Como poucos devem saber, hoje, dia 14 de abril é o dia municipal da educação inclusiva.

Fui em um evento da Camara Municipal, onde os vereadores e deputados se parabenizavam pelos trabalhos realizados em prol dos deficientes que podem agora viver como pessoas "normais".

Muitas coisas me chamaram à atenção ao longo do evento, dentre elas essa necessidade de classificação do que é tido como normal, e o que está fora dessa normalidade, é tido como doente, deficiente, ou qualquer que seja o nome dado.

Enquanto os políticos esbanjavam amores entre si, eu estava a pensar como poderiam aqueles, representantes do povo, não terem dimensão nenhuma da realidade das pessoas pelas quais lutam.
Quer dizer, uma deputada que é paraplégica, certamente sofre menos dificuldades que uma pessoa que é deficiente, e mora na favela da Rocinha.

Um outro comenta a necessidade de um cadeirante de poder escolher o sabor do sorvete que quer tomar, precisando entrar na padaria. E em virtude disso, vai mobilizar uma blitz em torno dos pequenos estabelecimentos comerciais, para que se "enquadrem"as necessidades dos cadeirantes.

Antes de se preocupar com a escolha do sabor do sorvete, os deputados deveriam estar preocupados não só com os aspectos físicos do ambiente escolar, mas sim em preparar os professores para lidarem com essa inclusão.

Outra questão que muito me fez pensar durante a assembléia, foi o papel dos pesquisadores universitários. Muitos psicólogos sociais, vêm, há mais de 20 anos, pesquisando a respeito da inclusão educacional. O Leon Crochik e sua equipe de pesquisadores se dedicam tempo integral ao levantamento de dados, que são utilizados para embazarem essas políticas públicas.
Porém, em nenhum momento os pesquisadores acadêmicos foram citados como percursores desse projeto.

Muito menos a classe da psicologia, que foi quem por iniciativa, declarou o dia da educação inclusiva.

Sem mais,

domingo, 11 de abril de 2010

O prateado é o narcizismo

Ao ver na exposição do Americano Andy Warhol, nuvens prateadas voando sob o efeito de gás Hélio, li a seguinte colocação: O prateado era tudo, era novo, era o narcizismo.

Mas, o que seria o prateado? uma cor? uma tendência? um modo de pensar? um trejeito?

Acredito que o prateado seja a maneira de se sobressair dentro da chamada cultura de massas, e daí transformar-se em masseificado.
Andy era um amante da cultura americana, e alegava não acreditar na supremacia americana, apesar de valer a pena ganhar algum dinheiro em cima desse sonho.

Voltando ao prateado...
É possível pensar em algo simbolicamente correspondete ao ser narcízico? Se fosse, eu pensaria no espelho, que, convenhamos, é prateado.
Se é pela cor, pelo efeito, ou pelo objeto que o representa, não importa realmente. O que, de fato, vale a pena ser recordado é que o prateado é o narcizismo.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dia Azul

Em homenagem ao dia do Autista (ontem), criei um Blog.
Provavelmente ninguem lerá, mas criei.

O dia do Autismo, me faz pensar como esses dias-mundias-de-alguma-coisa são absurdamente insultantes. Então quer dizer que nos outros dias, o autista deixa de ser autista? a criança cresce? a mãe morre?
Ah, já sei, O PAI TRANSITA!
Sou mesmo os outros dias, em que as pessoas podem ser elas mesmas. Ou pelo menos, deveriam poder.

Quanto a escrita terapêutica, acredito que desabafar um pouco dos pensamentos possa ser incrivelmente terapêutico. Não pretendo, porém, fazer disto um diário pessoal, mas sim esboçar pensamentos, reflexões, sonhos, quem sabe.

Prazer, para quem não me conhece, sou Lígia!