Como poucos devem saber, hoje, dia 14 de abril é o dia municipal da educação inclusiva.
Fui em um evento da Camara Municipal, onde os vereadores e deputados se parabenizavam pelos trabalhos realizados em prol dos deficientes que podem agora viver como pessoas "normais".
Muitas coisas me chamaram à atenção ao longo do evento, dentre elas essa necessidade de classificação do que é tido como normal, e o que está fora dessa normalidade, é tido como doente, deficiente, ou qualquer que seja o nome dado.
Enquanto os políticos esbanjavam amores entre si, eu estava a pensar como poderiam aqueles, representantes do povo, não terem dimensão nenhuma da realidade das pessoas pelas quais lutam.
Quer dizer, uma deputada que é paraplégica, certamente sofre menos dificuldades que uma pessoa que é deficiente, e mora na favela da Rocinha.
Um outro comenta a necessidade de um cadeirante de poder escolher o sabor do sorvete que quer tomar, precisando entrar na padaria. E em virtude disso, vai mobilizar uma blitz em torno dos pequenos estabelecimentos comerciais, para que se "enquadrem"as necessidades dos cadeirantes.
Antes de se preocupar com a escolha do sabor do sorvete, os deputados deveriam estar preocupados não só com os aspectos físicos do ambiente escolar, mas sim em preparar os professores para lidarem com essa inclusão.
Outra questão que muito me fez pensar durante a assembléia, foi o papel dos pesquisadores universitários. Muitos psicólogos sociais, vêm, há mais de 20 anos, pesquisando a respeito da inclusão educacional. O Leon Crochik e sua equipe de pesquisadores se dedicam tempo integral ao levantamento de dados, que são utilizados para embazarem essas políticas públicas.
Porém, em nenhum momento os pesquisadores acadêmicos foram citados como percursores desse projeto.
Muito menos a classe da psicologia, que foi quem por iniciativa, declarou o dia da educação inclusiva.
Sem mais,
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário